O manejo reprodutivo pode ser definido como a união de práticas e técnicas voltadas a um único objetivo, melhorar a eficiência produtiva do rebanho, refletindo diretamente na fertilidade, prolificidade e sobrevivência dos cordeiros.
E para isto, não há nada mais importante a se considerar do que uma estação de monta definida, o que possibilita selecionar os animais em condições adequadas de escore corporal, peso e idade, para entrada na reprodução, e em casos apropriados, realização do descarte orientado.
Além disso, é possível promover o nascimento homogêneo dos cordeiros, o que promove o crescimento equivalente dos lotes, facilitando a comercialização, além é claro, de possibilitar um planejamento alimentar e programar o nascimento dos animais para períodos mais convenientes do ano.
Desta forma, separamos algumas dicas pertinentes ao bom andamento do período reprodutivo.
Seleção de matrizes e reprodutores
Podemos considerar um dos manejos mais importantes a se considerar, pois a qualidade de reprodutores e matrizes define o sucesso produtivo e reprodutivo do rebanho.
No geral, devemos considerar: padrão racial característico da raça escolhida, cascos sadios e bons aprumos e, ausência de defeitos congênitos e hereditários como prognatismo.
Tratando-se de matrizes, aspecto feminino bem definido, boa conformação de úbere e idade adequada à reprodução, são características indiscutíveis.
Reprodutores devem possuir testículos simétricos, sem lesões prepuciais ou penianas, boa libido e capacidade sexual, ressaltando a importância da realização do espermograma, tanto no momento de aquisição do animal quanto no momento de utilização deste na estação de monta.
Aproveitamos para evidenciar a importância da escrituração zootécnica, mesmo que simples, como ferramenta para seleção de animais à reprodução. Onde, por meio de registros podemos analisar históricos de gestação, habilidade materna, além do controle de manejos gerais ao longo da vida do animal.
Gestão reprodutiva é com o Farmin
Uma ótima gestão reprodutiva necessita de controle total dos processos e técnicas, utilizar um software para gerenciar o manejo de ponta à ponta é fundamental para maximizar a produtividade e selecionar melhor o seu rebanho. Com o FARMIN você pode extrair índices através dos diversos relatórios reprodutivos para lhe auxiliar na tomada de decisão.
Preparação dos animais para estação de monta
Cuidados sanitários e nutricionais devem ser tomamos previamente ao período reprodutivo, por meio de manejos simples, como a suplementação alimentar, a fim de aumentar o aporte nutricional dos animais de maneira que suas exigências, que neste período são acentuadas, sejam atendidas.
Este aumento no aporte nutricional durante a fase reprodutiva é denominado flushing, manejo este que tem por intuito o aumento da ovulação, promovendo assim maiores taxas de prolificidade.
O primeiro mês seguido da fertilização é considerado crítico à sobrevivência embrionária, sendo assim, considera-se importante a suplementação a seguir dos 15 dias após cobertura para garantir a implantação do embrião no útero, e 30 dias antecedidos do início da estação de monta.
Vale ressaltar que este manejo apresenta melhores desempenhos em fêmeas com baixa condição corporal quando em comparação com fêmeas de melhor estado, onde em primeiro caso, estas conseguem adentrar a estação reprodutiva ganhando peso.
A suplementação fornecida deve contar com uma composição em base de proteínas e energia, além de sal mineral, a fim de evitar deficiências que de alguma forma possam afetar o desempenho dos animais.
Além das matrizes, machos também devem ser submetidos a suplementação, onde proteínas, carboidratos e sais minerais são cruciais para que estes disponham de energia suficiente às atividades da estação de monta.
Recomendações gerais para as fêmeas prenhes
É neste momento que reconhecer e apartar fêmeas prenhes de vazias ganha importância, pois é indiscutível que as primeiras irão contar com exigências maiores, desta forma, havendo a separação, apenas as matrizes que estão produzindo irão receber melhor aporte nutricional, pois estas ao fim, estão pagando sua conta dentro da fazenda.
O período que decorre a gestação é considerado frágil, com frequentes perdas embrionárias e reabsorções, desta forma, deve-se evitar ao máximo manejos reativos que venham a causar qualquer tipo de estresse a matriz, tais como transporte, mudança de área, de lote, de alimentação e de manejador.
Assim sendo, independentemente do nível de sofisticação aplicado ao manejo reprodutivo, toda e qualquer ação deve estar associada à condições sanitárias, nutricionais e de ambiência.
Acadêmica do 9° semestre do curso de Zootecnia pela Universidade Federal do Pampa, campus Dom Pedrito – RS. Membra do Núcleo de Pesquisa em Pequenos Ruminantes – NUPPER, atua no desenvolvimento de pesquisas na área de ovinocultura, com ênfase em reprodução, comportamento e nutrição. Estagiária de socioeconomia da Embrapa Pecuária Sul.