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Otimizar produção de Ovinos – Manejos Práticos de Pastagem

Não é de hoje que buscamos otimizar recursos quando o assunto é nutrição e alimentação dos animais de produção, em especial, ovinos. Neste intuito, as pastagens, por constituírem a base natural de todo o aporte nutricional de animais ruminantes, e estes, terem a capacidade de aproveitar alimentos de baixa digestibilidade, concretizam que dentre as alternativas disponíveis, o uso da alimentação baseada a pasto se torna a escolha mais viável quando tratamos de custos.

Nesta perspectiva, é imprescindível que estratégias de manejo adequadas sejam aplicadas a fim de que este recurso seja utilizado da maneira mais rentável e eficiente possível, otimizando assim seu período de uso, além de proporcionar aos animais o atendimento de suas exigências nutricionais. Sendo assim, abordaremos alguns pontos relevantes à boa utilização das pastagens nos sistemas.

 

Espécies forrageiras

A espécie ovina se apresenta como uma classe de animais altamente seletiva. Por conta de um rúmen consideravelmente menor, acaba por consumir somente a folha dos pastos e os brotos recém desenvolvidos, o que leva assim, a acelerada degradação das pastagens, pela dificuldade que a mesma encontra de rebrotar.

Ainda neste contexto, o rúmen mais compacto faz com que a fermentação do pasto consumido seja mais rápida, diminuindo consequentemente o tempo de ruminação e aumentando o tempo de pastejo, desta forma, devemos considerar alguns pontos no momento da escolha da forragem a se trabalhar, como uma boa produção de forragem por área, boa digestibilidade, boa relação folha/talo, rápida rebrota, além de, considerar uma espécie de porte baixo.

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Num contexto geral, o ponto ótimo de manejo se apresenta quando o consumo individual dos animais é atendido por meio da qualidade e disponibilidade de folhas, mas ainda assim, haja permanência significativa destas, a fim de otimizar a interceptação solar, aumentando consequentemente a vida útil da pastagem.

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Oferta de forragem

A oferta de forragem indica a quantidade de pasto que o animal dispõe, fator este, que determina o sucesso produtivo do sistema.

As diferentes fases fisiológicas dos animais representam diferentes necessidades nutricionais, onde, tratando de ovelhas em fase de monta, considera-se uma necessidade de  cerca de 4-5 kg de matéria verde seca (MVS)/ovelha/dia, propiciando melhoria do ganho de peso diário e da taxa de ovulação.

No início da gestação as exigências nutricionais tendem a diminuir, sendo que cerca de 1-1,3 kg de MVS/ovelha/dia são suficientes, caminhando para um crescimento no  terço final de gestação, que passa a exigir uma média de 1,5 a 2,5 kg MVS/dia. Quando as ovelhas pastejam com seus cordeiros no período pós-parto, ofertas de cerca de 5 a 8 kg MVS/dia são exigidas, para que o consumo esteja em 2,3 a 2,7 kg MVS/dia, considerando parições simples.

Para que o produtor tenha condições de calcular a quantidade de matéria seca disponível aos animais (oferta de forragem) e assim, controlar a carga animal presente, existem algumas formas de avaliação como o corte e secagem, que nada mais é do que cortar o pasto, rente ao solo, de uma área representativa da quantidade que existe no piquete, dentre sugestões, utiliza-se um quadrado de ferro com 0,25 m2.

O material colhido deverá ser seco, em estufa, forno comum ou micro-ondas, até alcançar um ponto seco e quebradiço. Em micro-ondas, normalmente utiliza-se 15 minutos (importante colocar junto uma vasilha de água para evitar a queima do material). Depois de seco o material deve ser pesado, e com isso calcular a quantidade de matéria seca de pasto (peso em kg) na área que foi cortada e calcular a massa disponível por hectare (10.000 m2).

Essa avaliação, acaba por permitir posteriormente a prática visual de denominação de quantidade de matéria seca disponível pela altura, o que facilita a determinação da quantidade de animais dispostos por área (taxa de lotação).

Sistemas de manejo


Tratando-se de sistemas de manejo de pastagens, além do conhecido manejo contínuo, que se refere a permanência dos animais por longos períodos de pastejo em uma única área, surge o sistema rotativo ou rotacionado, que
estabelece um número de dias de ocupação e de descanso, conforme o ciclo vegetativo da forrageira, de forma que os animais utilizam os piquetes por período curto, promovendo um período de descanso para a rebrota das plantas.

O sistema rotacionado permite um maior controle do consumo, além de um pastejo mais uniforme da área, promovendo uma manipulação mais fácil da produção e oferta de forragem, no entanto, conta com um maior custo em função das divisões em cercas.

Já o sistema contínuo proporciona consumo a vontade, o que gera maior oportunidade de seleção e, menor custo com estruturas, no entanto, pode vir a ocasionar a formação de áreas de subpastejo e superpastejo, e por consequência, a manipulação da produção e da oferta de forragem se torna mais difícil.

Manejo de Pastagens

Manejo de Pastagens

Como Calcular Número de Piquetes Ideal Manejo de pastagens. A época de pastejo (águas e seca), o sistema (contínuo ou rotacionado), a intensidade (altura do resíduo) e a freqüência de pastejo (dias de ocupação e de descanso) são aspectos que devem ser considerados no manejo da pastagem.

Na intensificação do uso das pastagens, há forte tendência da adoção de pastejo rotacionado. Uma das principais dúvidas do criador sobre esse sistema está relacionada à necessidade de muitos piquetes pequenos com alto custo das cercas.

Contudo, a rotação é possível mesmo com pastagens de dimensões maiores, com período de ocupação mais longos (máximo de sete dias), ajustando adequadamente a lotação para consumo da forragem ofertada durante o período planejado.

A utilização de cercas eletrificadas possibilita a redução no custo de divisão de pastagens. O número de piquetes pode ser calculados pela fórmula:

NP = (PD/PO) + 1 onde: NP = número de piquetes PD = período de descanso PO = período de ocupação O manejo de pastagens com ovinos e caprinos está relacionado com a espécie forrageira em questão, principalmente com relação ao porte e ao hábito de crescimento (Tabela 1).

Pela característica de hábito gregário desses animais, não se deve deixar a altura da pastagem atingir mais de 1 m ou, na prática, a altura do focinho, para ocorrer à visualização uns dos outros enquanto pastejam.

manejo de pastagens
Ovelhas a pasto

TABELA 1 – Sugestão de manejo para o pastejo rotacionado com ovinos e caprinos, na época das “águas” em pastagens intensificadas.

GramíneaPeríodo de descanso
(dias)
Altura de entrada
(cm)
Altura de saída
(cm)
capim-Tanzânia30-357020-30
capim-aruana30-3540-5010-20
capim-braquiária28-3225-3010-15
capim-coast-cross ou capim-
Tifton
20-2525-3010-15

Fonte: NEPPA (2005). Adaptado de vários autores.

Controlar a rotação de pasto parece uma tarefa árdua. Felizmente existem softwares e aplicativos que podem ajudar com esse desafio. Clique aqui e conheça o software e aplicativo que ajuda muito a manter a rotação de pastagem sempre em dia.

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Conheça o capim Pangola

Conheça o capim Pangola

O capim pangola obteve bons resultados na alimentação de ovinos,  principalmente na questão de absorção de nutrientes e conversão alimentar desses animais.

O pangola se destaca por ser um capim resistente , que se desenvolve muito bem em regiões com altas temperaturas. O seu plantio ocorre exclusivamente através de mudas e podem ser espalhados sobre o solo preparado e enterradas com a grade, o que requer uma grande quantidade de mudas ( cerca de 2ton/ha) .

O plantio também pode ser feito em sulcos de 20 cm de profundidade,  enterrando-se 2/3 da muda. A distância de cada sulco é de 50 cm a 1m e as mudas colocadas de cada 30-50 cm dentro do sulco.

Um hectare de mudas com pangola no ponto ( 60 cm de altura) rende de 10 a 15 toneladas,  suficiente para formar de 5 a 15 ha, dependendo do método de plantio.

O capim deve ser plantado do inicio a meados do período mais chuvoso. 4 meses após o plantio das mudas ele já pode ser oferecido aos ovinos. Não esquecendo que para o plantio de qualquer pastagem é necessário fazer a análise de solo e as correções necessárias para se obter bons resultados. E aí, gostou dessa dica?

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